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Consumo Consciente: Em busca dos 4 (ou melhor, 6) Princípios do Design Sustentável




É o aniversário da Elisa e ela quer dar a si mesma uma roupa nova de presente. Faz tempo que não faz um investimento assim, num vestuário bacana. Pesquisar, comparar e namorar cada peça fazem parte da diversão. Esse ano, aliás, ela quer tentar algo diferente.


Não é de hoje que Elisa tem buscado praticar o consumo consciente e direcionado suas escolhas de vida às opções mais sustentáveis. Longe de ser radical, ela procura fazer o que pode sem abrir mão dos prazeres que mais importam e fica de olho nos selos verdes, como o da Coclima.

O Consumo Consciente facilitado pelos Selos Verdes

Quando as alternativas orgânicas ou naturais são muito caras, ela pesquisa opções artesanais. Se ainda assim não ficar satisfeita, à contragosto, busca pelo “menos mal” entre os convencionais.


Pelo menos um sinal de que o produto é biodegradável, não faz teste em animais ou, no mínimo, que seja vendido em embalagem econômica. Na sua humilde opinião, há muitas coisas que as empresas ainda precisam aprender sobre ESG.


Agora, em se tratando do seu “autopresente” de aniversário, Elisa vai se dar o direito de ser exigente. Quer se aventurar pelas marcas de moda sustentável mais estilosas que tem visto por aí.


Tecidos mais rústicos e macios são um “must” pós-pandemia. Se possível, o tingimento deve ser feito com corantes naturais. Afinal, nada mais podre do que poluir litros e litros de água só para dar aspecto usado para uma calça jeans. Pelamordê!


Os Princípios do Manual de Campo do Design Sustentável


Contudo, Elisa não é uma consumidora qualquer, né? Quando ela entra num assunto, quer saber mais do que a média. Ela quer dar aula. E a moda sustentável não é exceção. Ela até fez um curso a respeito! Sua roupa nova virá acompanhada de contexto, querida!


E foi assim que Elisa mergulhou no tema do design sustentável e descobriu o incrível “Designer’s Field Guide to Sustainability” ou o Manual de Campo do Design Sustentável, em tradução livre.



O Manual de Campo do Design Sustentável

Seis pagininhas de puro deleite para os praticantes do consumo consciente. Afinal, quem nunca ficou olhando para um troço e pensando: “mas isso aqui, é bonitinho, mas é sustentável mesmo?”


Bom, de acordo com o Manual, as perguntas que a gente tem realmente que responder são pelo menos quatro:

1 - Qual a finalidade deste produto?

2 - Como esse produto foi feito?

3 - Como ele é usado?

4 - Onde ele vai parar no final?

Vamos dar uma olhada em cada uma delas para ajudar Elisa a escolher sua beca.


Sustentabilidade e a Finalidade das Coisas


A finalidade do produto parece bem óbvia. Se é uma roupa, ela é para ser vestida, uai! Só que não. Imagina uma roupa que vai ser usada uma vez na vida e outra na morte e outra que vai ser aquele verdadeiro coringa no guarda roupa, combinando com tudo que você tem.Certamente a última é mais “eco”, pois vai evitar que você precise comprar outras peças em breve.


É como aquele eletrodoméstico que faz tudo e que você usa mil vezes e aquele que só serve para fazer iogurte, sabe? Aliás, nem precisa de eletrodoméstico para fazer iogurte, ou seja, é algo inútil mesmo e, portanto,não atende ao critério da multifuncionalidade, essencial para o design sustentável.


Outro critério dentro da mesma pergunta é o da simplicidade. As coisas simples tendem a ser mais sustentáveis porque usam menos material, tornando o produto mais leve e facilitando a reciclagem. Além disso, o fato de ter menos detalhes dispensáveis faz com que o produto seja mais robusto, pois ele não precisará ser descartado se um desses "apêndices" quebrar ou faltar.


Pensando Produção e Utilidade para o Consumidor Consciente


Como esse produto foi feito? Uma menor variedade e quantidade de materiais otimizam o processo de produção, inclusive em termos energéticos. Nesses tempos, é uma glória economizar matéria prima, tanto para o bolso quanto para o ambiente. É bom pensar duas vezes antes de embarcar em materiais tóxicos e de difícil decomposição, como os tecidos sintéticos. Aliás, se puder optar por materiais renováveis e certificados, faça-o.


Não se esqueça da embalagem! Nada mais absurdo que comprar um produto natureba e ele vir numa mega embalagem. Tipo aquela tal “carne vegana” cujo envoltório, além de conter plástico, tem três vezes o tamanho do produto. Um contra senso.


Como o produto será usado parece mais uma daquelas perguntas estúpidas. Como roupa, durh?! Então, pensa numa calça que vira saia ou pensa numa saia que vira vestido que você verá que não é uma pergunta tão tonta assim. Ou mesmo num vestido que pode ser usado para trabalhar, mas também para passear no fim de semana.


Pensa também em quanto tempo ele vai durar. Será uma peça tão “na modinha” que ano que vem já não dá mais para usar? Ou um tecido tão delicado que na primeira lavagem já tem que aposentar? A durabilidade é um dos critérios mais fundamentais do design sustentável.


Aquela história de obsolescência programada, sabe? Que o negócio sai de fábrica já com data e hora para quebrar ou gastar? Isso é pra lá de manjado e basta um tantinho de pesquisa nas redes sociais e no Reclame Aqui para saber se outros clientes não se sentiram como panacas no passado.


Descartar ou Praticar a Economia Circular?


Por fim, onde nosso produto vai acabar? Logicamente, pensando em descarte e reciclagem, o uso de materiais recicláveis ou biodegradáveis é a primeira coisa que nos vêm em mente. Mas existe um outro princípio que o Manual chama de “faça de forma modular” que vai ainda mais longe.


Ele preconiza que os componentes dos vários materiais possam ser facilmente separados e substituídos. Dessa maneira, fica mais fácil consertar e também reciclar. Ouvi falar de uma marca estrangeira que não usa mais botões ou zíperes, o que permite jogar as peças inteiras na composteira no final da vida.


Lógico que nem sempre dá para chegar a tanto, mas e se fosse possível “destacar” facilmente botões e zíperes da peça para descartá-los separadamente ou reutilizá-los?


Um ponto bem importante aqui que não encontramos no Manual foi o da responsabilidade socioambiental da marca ou empresa. Você já ouviu falar na campanha #quemfezminhasroupas?


Pois,em que condições essas pessoas estavam trabalhando? Elas têm idade para isso? Têm carteira assinada? Férias, décimo terceiro? Recebem um valor justo pelo que produzem? Sim, eu sei, a justiça trabalhista às vezes encarece as roupitchas, mas mana, o certo é o certo e não tem papo. “Pessoas são feitas para brilhar, não pra morrer de fome”, como já dizia Caetano.


Importância da Responsabilidade Socioambiental na Moda

Falamos um tanto de coisa e ainda nem tocamos no assunto brechó. Ahhh, os brechós! Amamos! Afinal, é ainda raro hoje encontrar uma marca que siga até mesmo um punhado desses critérios.


Saber que se pode dar vida longa a essas peças nas quais tanta energia e recursos, inclusive humanos, foram investidos, só não é melhor do que saber que cada uma dessas peças é praticamente única!


Só que, em se tratando de aniversário, a Elisa realmente quer ter a honra de ser a estrela a estrear o novo componente do seu guarda roupa.


Selo Verde


Assim, adicionados ao bem estar dos trabalhadores, o que eram quatro princípios do design sustentável, ficam cinco. Só que não. Falta um: O ideal do quilômetro zero. Digo ideal, pois para um produto ser realmente quilômetro zero, teríamos que produzi-lo em casa sem nenhum insumo externo. Close to impossible.


A menos que você seja um produtor agroecológico e aí, tem todo o nosso apoio e admiração. Porém, supondo que não seja esse o caso, o que almejamos é uma baixa quilometragem, isto é, que o objeto e seus componentes materiais tenham sido produzidos o mais perto possível do consumidor.


Isso significa que houve menos transporte, menos uso de combustíveis e menos emissão de carbono. Produção local é pra lá de legal e em muitos casos você ainda dá uma mão para a mulherada da sua região! O projeto Mães que Produzem no Rio é um bom exemplo.


Então, os tais quatro princípios internacionais do design sustentável foram aqui abrasileirados como seis. Como podemos adivinhar, a jornada da nossa heroína na seleção do seu presente não foi fácil, mas rendeu diversão e conhecimento.


Ao final, Elisa optou por algo tudo a ver com sua personalidade: Vestido de fibra natural sem aditivos de petróleo e forro feito com tecido de reaproveitamento. Todas as sobras de corte foram guardadas na fábrica e reaproveitadas como tiaras e outros acessórios. O bordado é feito à mão por equipe de bordadeiras em algum lugar… não muito longe da sua própria casa, aqui mesmo, no Rio (aqui para os íntimos, a mãe da criança chama-se Balneare)




Podemos dizer que esse foi um mesmo aniversário inesquecível, pois a garota agora tem uma história para contar cada vez que alguém elogia seu vestido. Já para a Coclima, foi uma honra ver essa peça com o selo verde que simboliza as árvores plantadas para compensar a pegada de carbono do processo produtivo e do transporte.


Um presente para Elisa, para nós e para o Planeta.


Se você é uma empresário ou empresária com propósito, traga também a sua empresa para ser Parceira do Clima.


Agora, se você é uma consumidora ou um consumidor consciente como a Elisa, procure pelo selo verde da Coclima na sua próxima compra!


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